Dando
continuidade às mudanças necessárias na primeira grande área da segurança
pública, trago uma reflexão sobre a importância de discutirmos e pensarmos
sobre questões existenciais com nossos filhos, sobre o que estamos fazendo no
mundo, qual o sentido da vida, sobre o que iremos construir. Isso é construir
pontes, significação, sentido em viver. Isso não pode ser feito pelo Estado,
pela polícia, pelos governos. Ainda bem que não pode, pois isso precisa ser
feito pela família, pelos pais, pelos responsáveis primeiros pela grande
possibilidade que é a vida.
A
aproximação das famílias, dos pais com os filhos, é essencial para que se
busque dar sentido à vida, ao existir neste mundo. Muitos adolescentes não veem
razão na vida, não sabem o que somos e o que devemos ou queremos ser, pensando
que estão à deriva no mundo. Essas são as questões de fundo, que se localizam
na primeira grande área. Se nossos filhos não descobrirem sentido na vida e não
souberem como lidar com o vazio interior, que em algum momento sempre aparece, usar
drogas de forma descontrolada e cometer crimes serão atitudes indiferentes,
normais. Se a vida não tem um sentido último e o bem não vence no final, não há
nada de anormal em fugir do mundo e delinquir. Os valores que queremos como
sociedade devem ser discutidos em casa, pois nesse caso o Estado e a polícia
pouco podem fazer. Cabe aos pais esta aproximação e essa discussão. Incentivo a
todos que utilizem meus livros para iniciarem uma conversa, para quebrar o gelo
com os filhos, o que é muito difícil quando nunca se conversou sobre questões
mais filosóficas. Meu livro “A Melhor
Maneira de Viver: inquietações da razão humana” trata muito sobre isso.
Saber
o que seu filho pensa sobre a vida, o que ele espera construir, quais são seus
sonhos e quem são seus amigos, são formas de contribuir para a segurança,
tanto do seu filho como a de todos. Saber onde seu filho anda, com quais
pessoas e o que irá fazer, contribuirá para que ele evite as drogas, as más
companhias ou uma gravidez precoce. Com o tempo os valores de solidariedade se
fortalecerão e talvez uma nova sociedade comece a surgir.
Enquanto
as famílias estiverem afastadas, as pessoas não pensarem sobre a razão última
das coisas e do mundo e a bondade for motivo de vergonha, não há muita
esperança para a nossa segurança.
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