domingo, 3 de março de 2013

PARA SER POLICIAL

Para ser policial você precisa ser curioso! Porque ser policial é filosofia, é dúvida, são certezas, reflexões, é medo, coragem, alegrias e tristezas. Ser policial é lutar pela justiça e se indignar com as injustiças, é aprender e se surpreender todos os dias; é conhecer o que há de pior e de melhor no ser humano.
Ser policial é se ver todos os dias diante de conflitos de deveres, é se defrontar com questões existenciais, é pensar e duvidar que alguma justiça é possível, é chorar diante da escolha do mal menor.
Ser policial não é apenas prender o homem mau, ainda que o seja, mas é aprender que nem sempre se prende o homem mau. Para ser policial é preciso ter boa vontade, pois só ela te faz continuar quando não há mais esperança. Ser policial é comprometer-se sem necessidade, servir quando poucos continuariam, conhecer uma satisfação que nenhuma outra profissão possibilita. Só o policial sabe o prazer de impedir uma injustiça, de salvar uma vida, de fazer com que o algoz não prevaleça diante de um pai de família.
Ser policial é se chocar com a tragédia humana e aprender que a segurança pública é uma das áreas mais complexas do conhecimento. Ser policial é resistir.
Desejo sinceramente que os bons policiais resistam, que a Polícia Civil resista, que não generalizem, não confundam, não cometam injustiças. Que tudo que vem ocorrendo não sirva para desejos ou vinganças pessoais, mas que no final tenhamos uma sociedade que compreenda melhor a polícia e que dela se aproxime para refletir sobre os problemas e as possíveis soluções para a segurança pública.
Espero que os bons policiais civis resistam, pois somos nós a única ponte entre a civilização e o submundo que a maioria não quer ver. Que resistam, pois quando a informação tiver horário e local para ser obtida, ficaremos reféns do submundo e de suas regras. Espero que os policiais que sempre estiveram prontos para atender um chamado (não importando o horário, o dia da semana ou as horas obrigatórias que já tinham sido ultrapassadas), não desliguem seus telefones, não cumpram tão somente seus expedientes, não deixem de buscar informações quando conversarem com as pessoas.
Há muita coisa para ser arrumada, mas não encontramos a origem de todo mal no mundo.
Por Rafal F. Vianna
Publicado no Jornal do Ônibus, no Jornal Correio Paranaense e no Jornal de Colombo.

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