domingo, 17 de março de 2013

AS TRÊS GRANDES ÁREAS PARA SE PENSAR A SEGURANÇA PÚBLICA E A PREVENÇÃO DA CRIMINALIDADE

Tudo que se fala sobre segurança pública parece desconexo e sem um lugar definido para entendermos onde o Estado está atuando, onde o cidadão pode contribuir e como chegaremos a algum resultado.
Tentando diminuir a complexidade do tema segurança pública e criminalidade, o que é essencial para a boa compreensão de todos e a possibilidade de se pensar o que temos, onde queremos chegar e como faremos isso, costumo dividir a solução da segurança pública em três grandes áreas.
Acredito ser essencial esclarecer esta divisão didática agora, pois em artigos passados apresentei sugestões que transitavam entre as três áreas, mas não as explicitei, parecendo para o leitor inicial, não familiarizado com a área da segurança pública, que ela é uma complexa colcha de retalhos sem saída.
Pois bem. A primeira grande área trata das questões de fundo, as mais importantes, que dizem respeito às causas da criminalidade e da ineficiência da segurança pública. As questões dessa área só podem ser resolvidas a longo prazo, mas são as que necessitam de medidas imediatas e permanentes. Apenas tratando dessas questões podemos parar de enxugar gelo, de querer resultados diferentes fazendo sempre as mesmas coisas e de nos enganarmos de que teremos algo melhor no futuro.
Nessa área estão localizadas questões como por que as pessoas consomem drogas, reflexões sobre qual o sentido e quais os valores que queremos dar para a vida em sociedade e propostas de soluções como o planejamento familiar. Aliás, talvez essa seja a medida mais importante para a segurança pública a longo prazo. Nesta área o Estado tem alguma atuação, mas geralmente com campanhas educacionais e diretrizes. O grande papel nessas medidas é realizado pela própria sociedade, pelas famílias e agrupamentos sociais.
Somos nós que mudamos a nossa cultura, os nossos valores, as nossas visões de mundo. Não queremos que apenas um grupo de pessoas nos digam como devemos viver, o que devemos pensar, no que devemos acreditar. Temos que construir o nosso mundo, os nossos valores, a nossa cultura, o nosso sentido, as nossas razões.
Por Rafael F. Vianna
Publicado no Jornal do Ônibus, no Jornal Correio Paranaense e no Jornal de Colombo.

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