sábado, 9 de março de 2013

A LÓGICA DO ABSURDO CONTINUA

Como podemos pensar em um mundo sem guerras se estimulamos as indústrias armamentistas? Como achamos que os homicídios vão diminuir se as fabricantes de armas continuam a inundar o mercado com armas e mais armas? Como podemos imaginar acabar com os crimes violentos se estimulamos o lucro acima de tudo, valorizamos mais o ter do que as pessoas e admiramos a violência e a guerra?
Como achamos que as consciências mudarão se quase toda propaganda é irracional e feita para corromper? Como melhorar o nosso mundo se estimulamos sempre em nossa economia o que nos mata, o que nos faz mal, o que nos leva de nós? Como achar que consciências são modificadas por propaganda e economia? Como não achar?
Armas existem para matar. Guerras existem para subjugar. Carros velozes existem para correr. Indústrias de armas para produzir armas e indústrias de carros para produzirem carros. É contraditório estimular as indústrias de veículos porque elas geram empregos, mas tentar diminuir o número de carros nas ruas com rodízios, multas ou tarifas. Não se pode almejar os lucros das guerras, o estímulo que ela dá para a economia, o avanço tecnológico que possibilita; sem os efeitos de mortos e feridos. Se paga um preço para tudo.
Quando escolhermos diminuir o número de carros nas ruas, perderemos grande parte dos empregos que empresas automotivas geram; quando escolhermos a paz, abriremos mão dos lucros da guerra; quando escolhermos a bondade, aceitaremos as privações de nossos instintos mais primitivos na maioria das situações. As indústrias bélicas no mundo existem para a guerra e enquanto elas forem estimuladas, financiarem campanhas, gerarem lucros inimagináveis, continuaremos a ter guerras no mundo. Caso contrário, a economia mundial quebra, os políticos não se reelegem, nossos filhos perdem os empregos. Talvez precisemos começar a pensar em transformar a base de nossa economia para resolvermos alguns problemas.
A mesma coisa é ficar prendendo pessoas, construindo presídios e acreditando que com isso irá se diminuir a criminalidade. O contingente de futuros criminosos não para de crescer (e cresce em progressão geométrica); enquanto a construção de presídios e a contratação de policiais nunca conseguirá atingir os mesmos níveis. Até quando construiremos presídios?
Por Rafael F. Vianna
Publicado no Jornal do Ônibus, no Jornal Correio Paranaense e no Jornal de Colombo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário