Continuando
a reflexão sobre algumas atitudes que os pais devem adotar para ajudar a educar
filhos para a não violência e para não vê-los envolvidos com a criminalidade,
passamos a discutir a proximidade familiar.
O primeiro aspecto apresentado no artigo passado foi sobre a importância do
planejamento familiar, pois esse propiciará a formação de famílias
estruturadas, onde exista correlação entre as condições financeiras, de
sobrevivência digna e o número de membros desta unidade familiar.
Ultrapassado
este primeiro aspecto, devemos refletir sobre proximidade e união dentro das
famílias. O afastamento familiar hoje é uma realidade e não pode ser minimizado
em nenhum aspecto. Pais não sabem de filhos e filhos não sabem de pais. Muitas
vezes levei crianças de 10 e 11 anos para casa porque estavam nas ruas (perto
de bares, bailões e pontos de venda de drogas) de madrugada. O que fazer nesses
casos? Dizer aos pais que amem seus filhos? Criar um Conselho Tutelar
gigantesco para conseguir acompanhar todos os casos? Retirar essas crianças dos
pais e deixá-las abandonadas em orfanatos?
Conforme
falei: orientação sexual, educação e conscientização. Difícil e demorado,
mas a única solução duradoura para a segurança pública. Apenas repressão
jamais será suficiente se o contingente de possíveis criminosos não para de
crescer e se a criminalidade encontra jovens com fatores tão propícios para
delinquir.
Se
você tem condições de compreensão e estrutura suficiente para começar, não
espere. Comece dentro da sua própria casa. Unir a família, com os diálogos de
segurança pública, conhecer e aproximar-se de seus filhos, orientá-los sobre drogas,
más companhias, uma gravidez precoce, uma doença sexualmente transmissível é
indispensável. Um constrangimento para começar estas conversas, principalmente
quando elas nunca existiram, é normal, mas aproveite este artigo para
introduzir e iniciar o assunto. “Hoje li um artigo que falava sobre….”.
Acompanhamento
das atividades, companhias e amigos do seu filho não são motivos de vergonha ou
excesso de proteção, mas atenção necessária e demonstração de afeto. Observe-se
que em momento algum defendo a família tradicionalista e rigidamente
estruturada, nem falo tão somente de riqueza ou número de filhos. Falo de
afeto, de responsabilidade, de uma família com estrutura livre, mas que busca a
felicidade existencial de seus integrantes.
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